sábado, 14 de janeiro de 2012

Nasci como padeci



Droguei-me semana passada, olhei pro céu e vi como as nuvens se entorpeciam em formas de duendes e anões brancos; eram somente grandes porções de fumaça branca que aparentavam serem todos meus pesadelos!
Pequenas mãozinhas me seguravam com grandes unhas me arrancavam a carne dos olhos, logo depois meu sangue não sessava; minha alma praguejava!
Não sei o que usei, consumi ou injetei; sei que minha sequencia era observar pequenas mãos arrancando todos meus órgãos e a morte não chegava ao meu leito, minhas vísceras caiam ao chão, junto de meu coração que já estava sob o afiado de um espeto ao fogo; meu peito só costelas e músculos a vista, minha carne repudiava sangue e o odor da mutilação que pairava!
De todos um só me observava, com grandes olhos avermelhados e um sorriso maligno que gotejava sangue; parecia ter fome pois sua boca mascava o próprio lábio que se desfazia!
No fim de todo esse ciclo agônico, o observador se aproximava; e com apenas uma toque engoliu toda minha alma e meu sofrimento agora triplicava, pois aquele era apenas o começo do caminho de um lago em chamas.
Em todas minhas lembranças apenas uma restou; a de ver todo amor que troquei pelo poder que se dissipou.

Maicou Rangel

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