quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Suíno Insano




Não atire pérolas aos porcos.
Assim eles me disseram
E contudo que me restava eu corri ao quarto de minha bisavó
Todas suas lindas pérolas eu arremessei

E de tudo, daqui recomecei
Atirei aos porcos as negras pérolas nascidas
Como vai ser agora toda essa minha ida, sem volta, ou morto como Cida?
A família praguejava e por mim gritava, não volto mais por esta longa estrada

Quero apenas viver, sentir, e ver acontecer, e aqui não me ver morrer
Pérolas são apenas restos de um nojento animal
Quero que sejam semelhantes esse mundo circunstancial, de valor e moral
Que morram os pais e todos filhos desse governo infernal

Não nasci para ser rico, mas estou aqui para servir de desumano e profano
Observar gotejar seu sangue no abate, pendurado por ganchos, não mais com um plano
E sentir o cheiro de sua carne suína queimar, por pisar na verdadeira pérola humana
O amor que o mundo um dia pode sentir, e agora viu se extinguir.

Maicou Rangel

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