segunda-feira, 31 de maio de 2021

Na maioria das vezes




Na maioria das vezes eu quase não tenho o que escrever, eu quase não sei descrever o que escrever pra poder dizer...
Na maioria das vezes eu sinto tantas coisas ao mesmo tempo que chego a pensar em não ser digno de ter alguém comigo pra me compreender...
Na maioria das vezes a minha cabeça sangra de tanto coçar, por tanta dor na alma que  tenho que carregar...
Na maioria das vezes eu me encontro entre a euforia e a disforia, entre a alegria e a intensa depressão por sinergia...
Na maioria das vezes eu só quero gritar, ou só quero chorar, mas ninguém enxerga isso, todos só querem usar, conversar, ouvir e desabafar...
E na maioria das vezes não existe nem mais alma aqui, só dor e mal estar...


Estou tão cansado de tentar, tão exausto de caminhar; e alguns me cobram por me ver desenhar e a nenhum lugar conseguir chegar com tantos dons latentes e estridentes que jogo ao ar...
Mas na maioria das vezes não sou talento, sou puro sofrimento, pura dor sem nenhum firmamento, que soa tão ingrato por ter tantos ao meu lado mas sempre a sós estar.

Na maioria das vezes eu gostaria de não mais orar, e a nenhum deus clamar, pois a depressão conheci por ter que me ajoelhar sobre milhos a rezar...
E em todas as vezes eu só conheci o ardor de desejar a navalha ao meu pescoço cortar por tanto amar e a ninguém alcançar.

Maicou Rangel

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