quinta-feira, 15 de maio de 2014

Aquele ardor




Viajando nestes momentos que passeiam em minhas memórias...
Não consegui desfaze-lo, ao menos deixar de teme-lo
Foi, como aqui assim em mim ficastes
Inerente memória sem nenhum rebate

Vamos juntos para a viajem inconstante do amor
Encontrar as praias e em nosso coração se queimar nesse ardor
Viajando juntos nesse silêncio; poderia passar dias amando-o só por observa-lo em seu indispor
Deus me deu as mãos e eu escolhi usa-las a seu favor

Meu doce e pequeno amor, me escoro velho nessa antiga cadeira de carvalho...
Observando a saúde que se vai refletindo no brilho seco de teu olhar
Penso que em mim não haveria mais ar se um dia a morte resolver o arrebatar...
Meu súbito amor, andamos juntos até aqui sem nunca nos separar; saiba, de tuas mãos nunca vou desagarrar.

Maicou Rangel

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Psicótica



Outro ser que paira sobre os lençóis do macio mato que se resseca nesse campo deserto...
Dois corpos inerentes.
Molhados com o caldo malicioso do sexo abominável, onde houvera gemidos não só de dor.
Gesto obsceno que revira os olhos e os torna brancos como a droga sintética que foi esfarinhada e respirada...

Que repasse tuas mãos sobre meus peitos e torne meu corpo como arma em um leito; violenta de todos os jeitos.
Salive sob minha genitália que espuma o orgasmo múltiplo de não mais querer parar; roce sua língua úmida por dentro de um órgão quente e macio...
Torne-me úmida como as frias águas de um rio.
Hoje sou como um animal que se encontra ao cio...

Feroz e voraz me devore sem nenhuma paz, quero sentir sangrar a delicia de poder ver teu esperma com sangue a se misturar...
Rasgue com teus dedos minha pele ao teu tocar, torne meus gemidos finos como o fino grito do ar
Morda-me, faça desmontar, retire de mim o respirar, torne meu corpo frio como o gelo do mar...
Venha como um leão faminto a me devorar, crave tuas presas e me faça despedaçar.

Tire meu ar, me faça gozar; quero não mais sentir outro gozo que possa me turvar.
Lembrar de ti como o único a me tragar, me fazer de fumaça e me usar.
Sou tua prostituta, seu único patamar...
Me use até matar.

Maicou Rangel

Virgem e Imaculada



Ontem fiz todos os deveres...
Era moça, enxuta, macia, dosada, tímida e saciada.
Garota de família, menina recatada; jamais andei sobre alguma estrada errada.
Com vestido de veludo, no vermelho me encontrava; aquela festa foi uma porta errada...

Entrei ao ser convidada, tocando as mãos do mais visto cavalheiro a me cortejar.
Senti na pele o arrepio a meu corpo passear...
Frio e quente, estranho e estridente.
Já ali começara vagarosamente me molhar.

No fim só restou, o que em mim se criou; úmida não mais enxuta rasguei o veludo e me abri a há lhe despir...
Comecei por de baixo a cuspir; excrementando como babosa em decomposição...
Comece agora essa tua ação, retire essa estaca de teu luxuoso coração e rasgue minhas veias; que sangre e lambuze o chão.

Gosto de sentir penetrar, dor de não mais querer cessar; voltar ao patamar do sangue a gotejar e o esperma ejacular...
Teu pênis a pulsar, tuas mãos a me cortar; doença no ar.
Agora molhada, mulher flácida; doada, puta e ostentada ando nua sem vestido por essa estrada a procura de ser estuprada...

Maicou Rangel