quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dominique





Querida melancolia, venho, por esta informar-te que não acabou
Eis aqui Dominique, grande homem de virilidade inacabável
Aquele que deturpou Jesus, todo aquele que por si gozou

Eis em tua frente, minha grande irmã; aquilo que chamas pecado
Experimentei e não mais parei, posso apenas agora ser um homem de homem?
Acariciei tua bíblia ontem...

Encontrei páginas viradas que citavam Madalena, que por sua petulância a mim tocou
E brotaram de suas páginas o que jamais imaginava; sexo e vigor
Ali mesmo me expus ao pudor, me acariciei rasgando as páginas e sentia os demônios a me tocar

Posso agora, gozar?
Teremos aqui um Deus para a mim limpar?
Ou terei eu que sujar a capa de teu livro, Deus de Cristo, em seu sublime altar?

~Maicou Rangel~

Suíno Insano




Não atire pérolas aos porcos.
Assim eles me disseram
E contudo que me restava eu corri ao quarto de minha bisavó
Todas suas lindas pérolas eu arremessei

E de tudo, daqui recomecei
Atirei aos porcos as negras pérolas nascidas
Como vai ser agora toda essa minha ida, sem volta, ou morto como Cida?
A família praguejava e por mim gritava, não volto mais por esta longa estrada

Quero apenas viver, sentir, e ver acontecer, e aqui não me ver morrer
Pérolas são apenas restos de um nojento animal
Quero que sejam semelhantes esse mundo circunstancial, de valor e moral
Que morram os pais e todos filhos desse governo infernal

Não nasci para ser rico, mas estou aqui para servir de desumano e profano
Observar gotejar seu sangue no abate, pendurado por ganchos, não mais com um plano
E sentir o cheiro de sua carne suína queimar, por pisar na verdadeira pérola humana
O amor que o mundo um dia pode sentir, e agora viu se extinguir.

Maicou Rangel

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O mais profundo






Quem é Deus quando se trata de humanidade?
Quem somos nós quando tratamos de Deus?
O que podemos dizer sobre respeito e salvação?
O que podemos pregar quando se trata de pecado e podridão?
Somos os seres mais impuros de toda essa nação, esse mundo, essa ambição...
Somos todos causas perdidas, abortos de um pecado desregrado de mentira e corrupção.

Suas palavras nada mais são que armas e facas que saem da boca desse famoso "Cão", se existe um ser maligno, se existe um inferno ou qualquer maldição; esses somos nós!
Afinal, Lúcifer foi só um anjo e cometeu 'um' só pecado.
Enquanto toda a humanidade se afoga alimentando-se todos os dias de mortes, mentiras, lascívia, ódio, desigualdade e destruição.
Fomos jogados no mundo para vivermos como iguais e mesmo assim ainda cobramos o ar que nossos 'irmãos' respiram; e mesmo assim ainda existe tamanha desigualdade onde alguns rastejam pedindo ajuda, e outros se matam no vício sem controle das drogas que o próprio homem criou com fins lucrativos; sim, pois nessa humanidade até a morte alheia lhe proporciona lucro...
Não ligamos mais para os sentimentos, não vivemos mais com o amor, e ainda existem pessoas que acreditam em um mundo melhor.

Poderia haver um mundo de paz, poderia haver um mundo sem mortes, poderia haver um mundo sem ódio; mas esse mundo só seria criado se toda a humanidade fosse "exterminada".
O homem não tem cura, a natureza humana se tornou a pior podridão da existência...

O Diabo, pobre, o Diabo não se move mais... Ele esta apenas sentado e assistindo todo esse show, que ele não criou; mas que nós demos inicio e não haverá fim.
Um show de morte e destruição.
O fim de toda essa espécie!

Se um dia o homem mudar, será a beira de sua própria extinção, onde teremos que nos unir para preservar esse pequeno coração.

Maicou Rangel

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Seu próprio inimigo






Alguns inimigos perdem a luta...

Em estampas desregradas estão as psicoses daquele que anseia
Homem de lata que puxa o ferro a derreter, sem coração, gosta de sofrer
Se entrega sem temer, perde a luta sem morrer
Sofre por querer, mas volta para viver

Atormenta o ser, mistura o sangue ao veneno para lhe conhecer
Parte para guerra por gostar e gozar
Não vive por querer e amar, mas por ver teu sangue a gotejar
E sempre no final o resultado há

O inimigo do homem é seu próprio desejo, seu coração em seu íntimo gotejo
Seu desejo negro que aviva a lascívia pelo cheiro da putrefação
Partindo seu pênis como a seu pulmão, cortando o fígado com a faca de cerra
Por ouvi-lo a pregar um mundo de paz, mas gosta mesmo é da guerra

Somos humanos, guiados pelos enganos...
Manipulados por todos os planos e avivados pela religião
Na qual salvação foi apenas uma poluição julgando um anjo como o Cão
O tornou a mim o diabo deste plano que agora anseia pela destruição.

Maicou Rangel

domingo, 10 de novembro de 2013

A força do silêncio




Em submundo me julgo desumano e imoral
Poder e retórica aqui nada é normal
Anormal, por muito bipotencial
Vida sem sentido se tornou meu lábio já sem uma moral

Torno meu pescoço alvo da corda que puxa o silêncio do mortal
Contorna meu coração com aperto do desapego carnal
E faz-me sentir o desprezo a esse mundo pequeno e material
E tudo se vai ao sentir o frio das mãos da morte cortar ao meio meu eu animal

Entenderia essa dança, se dela não fosse normal
Mas é pura e natural, onde a Morte é dama que desliza dançante sua foice no carnal
E tudo se faz silêncio em um monótono habitual
É o luto de conhecer a rainha do baile que me leva contigo para dançar por seu casual

E me tornei em silêncio por não entender o amor e sua moral
Ouvir as histórias e viver como igual
Humano fui e rabisquei a vida por ser demônio de belo visual
E escondi-me na solidão por temer, perder ao mundo o único amor a me ter.

Maicou Rangel ~~