segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Utópico



Cortesia seria uma ida não partida...
Saudosa? Como saudar?
O homem tão sujo não mais há, o grande se foi e o pior também...
O que resta é ninguém.

Nessa vida bandida, maldita, perdida e poluída...
Ossos e carnes espalhados aos lados, abandonados sem ao menos estar em intestinos, reciclados...
Perdido, perdido, perdido, perdido; sou eu o único amigo.

Matei a todos, humanos mortos são bem mais amorosos, carinhosos, cautelosos...
Não existem nem mais os pobres idosos.
Animais agora, são os parentes selvagens que a natureza me da.

O mundo renascerá...
Daqui pra frente a doce dama Morte me velará, acompanhará e comigo bailará.
O mundo renascera, sem humanos; essa escória não mais há, sou o novo deus que o mundo herdará.

Maicou Rangel~~

Marie ascendeu




Marie...
Morta menina, dama partida.
Solstício, a lua nascia nascida, o céu era puro preto.
E do preto puro Marie acendia, com faíscas o fogo ecoava belo...
Sândalo e mirra no barro fervia, aroma partia sua alma esvaía.

Marie...
Ascendeu ao luar, o olhar era alvo...
Rodando e pairando ylang-ylang a levou, tornou-se uma só no ventre da terra
Ylang-ylang que por sua pele brilhou, secando ao calor do fogo que avivava tua alma; Marie de tua alma desapegou...

No mundo sombrio, pisadas quentes e ferro fervente
O inferno tocou!
Ao Seol comandou, Marie ao grande deus encontrou, Lúcifer com asas pulsantes teus olhos inclinou
O mundo não há, tua alma não mais, o Diabo a amou.

Maicou Rangel