sábado, 5 de julho de 2014

PUTA





Sim, digo olá e ofereço todo meu produto...
Gosto de tudo!
Desde a genitália mais forte ao engasgar com esperma
Ofereço não só o corpo, mas o brinde de levar um cartão meu...
"Volte para visitar."

Sou ativo na arte do prazer, e não muito me aprecio pelo dote...
Mas admito meter bem.
Todos voltam; e meus olhos calejados na escuridão se entorpecem com o prazer...
E dos mais diversos prazeres; sangue a gotejar é o preferido.

Com chicotes e açoites, eu não me preocupo em ser escravizado.
Quando se trata da libido; eu sou homem mulher, animal, monstro...
Um ser carnal.
E se houver dúvida, me encontre onde quiser; vou e venho aonde um robusto pênis me alertar...

Meus lábios coçam só em pensar.

Maicou Rangel

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Drácula




O medo era inevitável...
Infindável foi durante a vida viva meu podre sofrimento; alheios meus olhos chorando lágrimas que não mais existiam.
Um coração descontente se contentava ao me possuir...

Caminhei sobre desertos desgovernados e florestas fétidas a podridão da negra magia...
Em fim, com pés sangrando e rachados lábios de secura avistei uma rochosa caverna, sombria; com sensualidade ela me atraia.

Caminhei sobre o escuro, já tardando meus passos avistei uma cria sombria!
Envolto de medo me paralisei, quando a frente olhei, olhos grandes e negros esculpiam serpentes em minha alma...
Tuas mãos a minha frente pairavam, como se quisesse tocar, entorpecia sua cabeça como se nunca tivesse avistado uma humana criatura... E sorriu.
Com dentes pontiagudos, e afiados como navalha; pediu permissão...

"Deixe a mim, entrar em teu sangue e salvar-te da morte..."

Imóvel, apenas murmurei....
"Faça o que for preciso; minha alma já não vale mais..."

Em minha boca ele vomitou, sangue preto e podre, fétido; adormeceu meu interior...
Senti meu coração parar e uma dor aguda atordoou meu corpo...

Nasci novamente, morto, e com asas negras e de pele brilhante me levantava de um piso onde não houvera mais vida; o escuro se tornava luz, e a luz uma faca que rachava minha pele e atiçava minha dor...

Sangue eu desejava e de corpos me alimentava...
Ele me batizou; Draculian.

Maicou Rangel